Poemas para celular 1
Será que é diferente escrever um poema para o celular e para outros suportes?
Com essa questão na cabeça, Coisa de criança iniciou uma série com poemas experimentais para explorar qual pode ser essa diferença.
Desde o surgimento e difusão dos livros eletrônicos (e-books), há cerca de 12 anos, muito tem sido escrito e discutido sobre a maneira de ler um texto na tela. Estudos demonstram que um leitor digital escaneia as palavras, diferente do leitor do texto impresso. Este último, sem a pressão de pop-ups ou sem a facilidade do movimento infinito de rolar a tela, aproveitaria melhor as palavras, a leitura. Ou pelo menos mergulhar ia com mais vagar nos textos.
Sobre o tema, vale conhecer o recém-lançado O cérebro no mundo digital, de Maryanne Wolf (editora Contexto), que aprofunda essas ideias e dá subsídios científicos para afirmações normalmente feitas a partir da percepção do leitor comum.
Neste universo digital, como ficaria a poesia? Sabe-se que ela exige um tempo de maturação, um contato mais íntimo do leitor com as palavras, ou melhor, com o que está por trás das palavras.
Com isso em mente, Coisa de criança tem publicado versos que são desmontados até mostraram-se em sua essência mínima, ou seja, uma palavra ou duas que, lidas em conjunto com outras, sugerem uma mensagem, ou ainda, são capazes de comunicar e ao mesmo tempo serem líricos.
No Instagram coisadecrianca_blog, foram publicados alguns. Outros estão sendo produzidos.
Nesta série de reflexões, Coisa de criança convida você a pensar junto. Não há resposta certa ainda, nem estudo científico específico.
Nascido como conta no Instagram, Coisa de criança mergulha no espaço da experimentação por prazer, diversão e busca de um contato mais íntimo e verdadeiro com os jovens leitores que já nascem lendo nas telinhas.
Até o próximo artigo.