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Rapunzel e Rapunzel

Duas vezes Rapunzel.

A história infantil da menina presa na torre alta e que jogava suas tranças para a bruxa que a mantinha trancafiada é uma das mais adaptadas e recontadas.

Existem versões moderninhas, versões fiéis ao original, outras que se alongam por páginas e páginas…. Isso sem contar os filmes, charmosos e adorados.

Por que Rapunzel fascina tanto? O que significam aquelas tranças?

E a torre, e a bruxa?

E a cegueira do príncipe?

E o pai, e a gravidez da mãe?

E os rapôncios? Rabanetes?

Respondendo silenciosamente a um desafio lançado. Coisa de criança publica aqui duas versões próprias da história.

Não queremos interpretar nada, embora reescrever já seja uma reinterpretação.

Livre como quem brinca, Coisa de criança tenta acomodar a história em versos, bem ao estilo Coisa de criança.

Esperamos que gostem.

Rapunzel (versão mais longa)

Na janela da torre, Rapunzel pensava, enquanto a trança alisava, no tal dos rapôncios que seu pai roubara na horta da bruxa torta.

Estava tão entretida com a sua filosofia que quase caiu quando ouviu o grito da velha que exigia “Jogue as tranças, menina”.

Era assim todo dia. Pela parede a velha subia e não era pra dar bom dia. O que a ela queria a menina não sabia, mas coisa boa não parecia

Presa naquelas alturas, Rapunzel via o tempo passando sem alegria até que naquele dia na janela de repente surgiu o rapaz que ela desconhecia.

Claro que se apaixonaram e uma fuga planejaram. O que não estava no plano era ela contar por engano pra bruxa que a mantinha que via um rapaz todo dia

A megera, transtornada, fez um feitiço do nada e deixou o rapaz cego assim da noite pro dia. E, sem saber onde estava, o rapaz se perdeu da amada.

Vendo-se abandonada, Rapunzel sentiu a pontada “Aqui tem coisa errada”, disse e seguiu o plano de descer por uma corda de retalhos trançada.

Saiu em sua jornada sozinha e descabelada levando a raiva e mais nada. Então quase morreu de alegria ao encontrar o rapaz perdido. “Rapunzel”, ele gritava aturdido.

Abraçaram-se os apaixonados e, quando as lágrimas de Rapunzel rolaram nos olhos sem vida do amado, ele voltou a ver tudo claro.

Juntos viveram seus dias sem bruxa e sem torre pra acabar com a alegria. Mas Rapunzel anda meio estranha acordou com uma vontade tamanha de comer rapôncios numa bacia.

Rapunzel (versão curta)

Uns falam em rapôncios outros em rabanetes o fato é que o rapazete foi pego na horta da casa da bruxa torta e teve de pagar com a filha tudo o que tinha roubado. Batizada de Rapunzel, ela vivia naquela torre

que chegava até o céu. Passava as horas cuidando das tranças, que jogava pela janela para a bruxa banguela que, além de horrorosa, era muito preguiçosa. Pois que, ao invés de flutuar, a velha preferia se pendurar nas madeixas lustrosas da menina vaidosa. Mas teve o dia em que um príncipe chamou e Rapunzel aceitou com ele partir pra bem longe dali. A bruxa ainda tentou e, com um feitiço, cego o deixou. Mas o amor tudo pode e a menina da torre fugiu em busca de seu príncipe, que no deserto encontrou. O feitiço pouco durou e o casal enfim se formou. Vivem felizes os dois livres da bruxa torta que explodiu de tanto comer rapôncios de sua horta.

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Gostou mais de qual versão?

Se quiser publicar essa versão de Coisa de criança em seu livro ou usar em suas aulas, entre em contato ou visite:

A ventania

Estava uma ventania dessas de bater as janelas e fazer as roupas do varal dançar coreografia. Zunia e assobiava noite e dia. Sinal de que alguma coisa acontecia. Enquanto os adultos cochichavam, o men

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